sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre personalidade e ciúmes fashion

Esses dias comentei com uma amiga que admiro demais dois tipos de pessoas, capilarmente falando: quem usa o cabelo naturalmente enrolado e/ou volumoso, e quem usa o cabelo beeeem curto:

Exemplos de cabelos admiráveis

 Admiro porque ando bastante incomodada com a espécie de lei capilar que reina e determina que todo e qualquer cabelo deve ter luzes (de preferência californianas), ser bem comprido, bem liso, e ter uma franja de lado. Dou 1 minuto pra vocês e tenho certeza que conseguem pensar numa série de elementos assim, que parecem todos saídos do mesmo salão. Concordo que alguns desses cabelos são lindos, desde que bem cuidados e bem tingidos, e que muitas vezes são, sim, parte da personalidade da pessoa, mas me preocupa a falta de personalidade disso de um modo mais geral. Sem perceber, a pessoa vai acreditando que só aquilo é bonito e quando vê, tá mais uma na multidão regada a Blondor e antifrizz. Por isso que na ditadura da Rapunzel com progressiva valorizo tanto que vai na contramão e assume os cabelos cacheados, cuidando e valorizando o produto. Ou então libera a nuca de todo e qualquer cabelo e fica mais linda ainda assim.
Vocês podem estar se perguntando: "ai, sua retardada, mas eu NÃO sou a Natalie Portman e não tenho esse rosto de boneca." Ok, mortal querida, NEM EU. Mas agora mentaliza essa carinha bonita coberta de sunkiss, franja e brinco de argola (outra tendência forte). Não fica a mesma coisa, né?!
E personalidade capilar me faz pensar em personalidade fashion. Eu não sou nenhuma Glória Khalil, nenhum exemplo de suprassumo do conhecimento fashion. Mas se tem uma coisa que eu tenho ao me vestir, é coerência e personalidade. Sou daquela pessoa que todo mundo que me conhece comenta que tudo que eu uso é a minha cara. Uso brinco de pérolas literalmente desde que nasci, só fui mudando o tamanho. Uso sapatilhas desde sempre, e era uma verdadeira odisséia achar uma, mas eu achava. Camisas, então? Rodava lojas e lojas para achar uma que não fosse secretária de firma. Hoje em dia pérola é tendência e sapatilhas lotam as vitrines. Não sou dessas de ter crise underground porque agora todo mundo usa, até fico feliz com a propagação do bem vestir (do brinco eu tenho ciúmes,  na verdade), o que me irrita é a banalização. Da mesma forma que o cabelo anda sendo fabricado em série, as roupas também. Fico incomodada ao ver pessoas sendo vítimas da moda a tal ponto que perdem totalmente a sua personalidade ao se vestir. E acho que falta de personalidade ao se vestir é um forte indício de que falta personalidade no resto. Se uma revista é capaz de te fazer mudar horrores, imagina um chefe, um namorado, um parente?! Não digo com isso que devemos nos vestir iguais desde os anos 80, década na qual até  a Audrey Hepburn usou um cabelinho esquisito (tenso), mas sim ADAPTAR a moda pro que somos e gostamos. Com essa onda de laços, feminilidade e fofuras, comemorei, porque agora poderia escolher minhas sapatilhas, camisas e pérolas sem ameaçar vendedoras pelo caminho. Mas aí aconteceu a merda da padronização e hoje em dia vejo meninas que até ontem só usavam tamancão de acrílico e calça agarrada parecendo uma criança em formatura do pré, de tanta firula na roupa. E é isso que me incomoda profundamente.
E voltando aos cabelos, é por issos que tenho desejos frequentes de tosar meu cabelo que, mesmo sendo loiro natural, liso porque quer e uns 10 cm mais curto que as Iris Stefanellis da vida, não me traduz como eu gostaria.
E você, o que te traduz?


UPDATE: Tosei meu cabelo na altura do pescoço, como usava há um tempo atrás. E é incrível a mudança positiva que isso me trouxe... Por um mundo personalidade, e não apenas capilar.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Colour your life

Quem me conhece sabe que eu sempre gostei de uma corzinha sem sal neutra... Mas ultimamente ando apaixonada pelo poder das cores, especialmente lilás, magenta e turquesa (o que explica a wish list, em partes). É muito interessante o efeito que um detalhe de cor dá para qualquer roupa, seja contrastando o neutro, seja conversando com outras cores fortes. E pensando nisso fiz uma aquisição fofa e com preço ótimo, um cinto turquesa da Le Postiche por  R$29,90:

Detalhes do cinto


A segunda foto foi editada porque vocês não são obrigadas a vislumbrar a cara de pamonha que eu tô, e tá meio embaçadinha porque minha câmera não curte foto cafona no espelho...
Uma graça esse cinto, né? Tem P, M e G. O meu é P, mas como podem ver, sobra um pouquinho se for usado na cintura, que é um efeito que eu gosto. No cós da calça fica bem certinho...
Isso serve de ilustração sobre como um pouco de cor salva um vestidinho básico preto, e dá um toque de personalidade e vida na roupa, mesmo gastando pouquinho com isso.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Pequena wish list

Minha listinha de desejos versão acessível (se eu colocar a real minha conta vai pro negativo só de citar os nomes...)
Céline fajuta Bolsa fofa menta da Arezzo

Oxford da Schutz

Dicas básicas para iniciantes - parte 2

Eu e minhas dicas inspiradas em anos de What Not to Wear leitura e amor pela moda...

OBSERVAÇÃO:  Acho essencial, depois dos passos do auto-conhecimento, passar por um processo de observação para descobrir o que te agrada. Comece provando roupas do seu armário, avaliando quais você prefere e porque. Azul valoriza seus olhos? Cintura alta valoriza suas formas? Só se aventurando descobrimos o que realmente gostamos e cai bem na gente.
Outro movimento interessante, é observar as outras pessoas. Pode ser na rua, no shopping, em revistas... Gosto muito de blogs de moda de rua, como o The Sartorialist, já que podemos observar a moda em Paris e não na roça onde eu moro na vida real.

Não acho que isso deve se tornar uma espécie de copiar os outros como se não houvesse amanhã e basear suas escolhas apenas no pautado pelos sites e revistas. É uma questão de se inspirar, de visualizar e descobrir o que te agrada e adaptar isso a você, o que facilitará muito na hora de decidir até mesmo entre dois pretinhos básicos. A moda, assim como a arte, está em todos os lugares, e deve ser admirada, valorizada e inspirada o tempo todo. Use isso ao seu favor!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O melhor cabelo de todos os tempos da última semana.

Segurando a necessidade o desejo de cortar em 3, 2 1...
Sou uma grande entusiasta do cabelo mais curto, mas totalmente contra quem faz isso na situação que me encontro hoje: estresse e mau humor. Aliás, é um bom tema pra uma pesquisa na área que pretendo seguir (a psiquiatria): por que mulheres sempre querem mudar alguma coisa no visual quando estão deprimidas, entediadas, ou passam por uma mudança?
A mudança em questão é bem variada: algumas se contentam com uma cor nova de esmalte ou um bom banho demorado, já outras radicalizam e fazem coisas mais duradouras, como cortes de cabelo, ou até mesmo eternas, como tatuagens.
Acredito que isso prova como nossa parte externa está relacionada com a interna, como o que estamos sentindo se reflete e se visualiza em como nos vestimos, em como usamos nosso cabelo ou como pintamos nossas unhas. Que jogue a primeira havaiana a mulher que, na tpm (ou em tensões sem menstruação mesmo) não quis se enfiar em um moletom largo e não sair mais de lá. Ou aquela mulher que depois de ser promovida no emprego, não quis se dar um sapato ou brinco de presente.
Nós, mulheres, somos assim. Nos expressamos através do exterior não apenas por sorrisos e olhares. Por isso que digo que moda, além de personalidade, tem que estar ligada com sentimento.

sábado, 16 de outubro de 2010

Já pensou?

"Já parou pra pensar que você é sua própria estilista? Que ao acordar você se prepara para um desfile diário, voluntário ou não, e ao se vestir faz suas escolhas? Já parou pra pensar que, assim como o estilista elege cores, formas, texturas, estampas, você seleciona as suas entre o que está disponível por aí? Que, como os estilistas, você também é influenciada pelo mundo que está à sua volta e pelo seu próprio humor, pelas alegrias e tristezas, dias de tédio ou paixão? Que ao fazer uma simples combinação de cores, texturas, estilos, você está mostrando a sua forma de ver a vida? Já parou pra pensar que a moda pode ser futilidade quando dela somos escravos, mas pode ser arte quando a usamos como forma de expressão? Que a escolha de uma roupa para vestir não precisa se pautar por ela ser ou não tendência, mas por combinar ou não com você? Já parou pra pensar em novas combinações para velhas peças? Já parou pra pensar que tem dias que a gente é criativo e, em outros, alguém já foi criativo por nós, e isso facilita? E que nessas horas você veste a sua admiração por um artista? Já parou pra pensar que o seu guarda-roupas é a sua coleção? Que a moda pode ter tanta inspiração quanto um quadro, uma escultura, uma música, um filme? Que a moda pode ser arte andando por aí? Já parou pra pensar que a moda pode ser uma forma de acentuar sua individualidade, e não de uniformizar pessoas? Já parou pra pensar que moda é, acima de tudo, beleza? Um jeito bonito de viver? É fantasia no meio do cotidiano. É transcender a utilidade da roupa e colocar poesia nela. É a oportunidade de ser novo a cada dia e, ao mesmo tempo, ser mais você. Já parou pra pensar que a moda, como a arte, torna a vida mais suportável? Eu já."

Por Cris Guerra, uma das mulheres que mais admiro no mundinho dos blogs.

Dicas básicas para iniciantes - parte 1

Falando assim parece que sou uma especialista, mas não sou. O que chamo de iniciante é você, leitor amigo, que até hoje nunca fez uma reflexão real sobre como se vestir de acordo com quem você é. Nesse início de blog, vou começar pelo que acho básico, e depois vou aprofundando e voltando em cada item. É apenas um apanhado geral de alguns assuntos importantes. E hoje vou falar sobre o primeiro grande passo da realização fashionista:

AUTO-CONHECIMENTO: Sou uma grande defensora de que a moda deve se adaptar a você, e não você a ela. Nada me emputece entristece mais do que ver uma pessoa usando roupas, sapatos ou acessórios que não têm absolutamente nada a ver com seu estilo, biotipo ou modo de vida só porque é a tendência do momento. E por isso acredito piamente em auto-conhecimento como o primeiro grande passo para se vestir bem. E como exercitar isso? Dou três passos interessantes:

- Conhecer seu corpo:É um passo fundamental ter bem claro quem você é, fisicamente falando. Muita gente reclama que moda é feita apenas para altas, magras e perfeitas mulheres, mas isso é bem possível de ser adaptado. Conhecendo seu corpo e seus pontos fortes e fracos, você poderá aprender a valorizar e disfarçar o que tem de melhor e de não tão bom assim. Quando falo isso é pensando no bem estar da pessoa, e não que ser gordinha é defeito, por exemplo. Mas todas nós temos aquela coisinha que incomoda, e sentir que isso está mais disfarçado fará qualquer uma se sentir melhor. Algumas coisas podem (e devem!) ser melhoradas. Se seu cabelo não te valoriza, procure um bom cabelereiro e dê um trato nele. Se seu peso te incomoda, procure maneiras saudáveis de resolver o problema. Mas sabemos que sempre existem as situações imutáveis, e é nessas que devemos focar. Se olhe no espelho, brinque com combinações. Descubra que tipo de calça valoriza seu bumbum bonito e alonga sua silhueta mignon. Só conhecendo nosso corpo podemos conhecer o que nos deixa mais bonitas e mais seguras na hora de se vestir.
E pra isso não existem regras. Muita gente fala que baixinha não pode usar isso ou gordinhas são proibidas daquilo. Eu discordo totalmente! Acredito que cada roupa é única, e que você só saberá como ela fica em você provando. E provando brincando com as possibilidades. Um cinto em um vestido largo que não caiu tão bem pode fazer milagres. Adaptações no cós ou na barra de calças em boas costureiras são essenciais. E assim você vai descobrindo o que lhe cai bem de uma maneira divertida e leve, mas essencial para estar bem vestida.

- Analisar (e organizar) seu armário:
Falo isso por mim, que passei muito tempo da vida com um guarda-roupa que mais parecia uma caixa de entulho. Quantas vezes deixei de usar uma roupa porque ela estava amassada ou porque esqueci da sua existência...
Arrumar o armário é importante por dois motivos: primeiro que você redescobre o que tem, separa o que ainda usa do que já não serve. E isso, além de fazer a alegria da caridade, faz você perceber o que anda vestindo mais, qual seu gosto atual, o que já possui e o que precisa comprar pra melhorar o conteúdo do armário; segundo que um guarda-roupa organizado ajuda na conservação de suas peças por muito mais tempo e também facilita muito a visualização na hora de montar os looks. Roupas mais visíveis geram mais criatividade na hora de se vestir, causando na pessoa a curiosi
dade de brincar com a peça que está toda bonitinha pendurada no cabide, e não enfiada no submundo obscuro das últimas gavetas.

-Refletir sobre seu estilo de vida
Sabemos que é inviável uma pessoa que trabalha boa parte do tempo em pé no sol se vestir como uma que passa o mesmo tempo sentada no ar condicionado. Assim como as roupas de uma baladeira assídua não são as mesmas de uma pessoa que gosta de sair de casa apenas para ir ao cinema (no qual me encaixo). Por isso é interessante refletir sobre os lugares que frequenta para poder investir naquilo que se adequa à situação. E isso não quer dizer criar uniformes e andar igual todas as suas colegas de trabalho, mas sim a sensação de adequação ao local, o que gera muito conforto e segurança na pessoa. Estar com a roupa certa na ocasião certa aumenta muito as possibilidades de sucesso, seja numa entrevista de emprego ou no primeiro encontro. Encontrar uma maneira de estar adequada dentro do seu estilo é passo fundamental nesse caminho de auto-conhecimento fashion, que pode não ser extramente fácil, mas é essencial tanto para criar sua moda quanto para entender a si mesma.

Sobre o blog...


Antes de começar a me aventurar no supostamente batido mundo dos blogs, quero me apresentar. Sou a Bruna, 20 anos, estudante de medicina, viciada em café, fã de Audrey Hepburn e eventualmente rabugenta. Sim, isso tudo (tirando a Audrey) não tem ligação nenhuma com moda. Mas é exatamente por isso que decidi criar isso aqui. A idéia surgiu quando eu percebi que muitas pessoas, de familiares e amigos a passantes, me perguntam sobre moda, sobre o que eu visto, sobre o que vestir, sobre como combinar. E mesmo não sendo especialista, sempre consegui ajudar de uma maneira que deixasse a pessoa feliz e dentro do seu próprio estilo, e não uma cópia fiel do que eu acho bonito, seguindo regras rígidas do que vestir ou não. E é isso que quero com esse blog: falar de uma moda sem regras, sem preconceitos, de uma jovem normal que não vive disso nem pra isso pra pessoas na mesma situação. Com naturalidade, frescor, com simplicidade.
Muita gente vê moda como um mercado milionário sem sentido que faz as pessoas fazerem loucuras por uma bolsa. E realmente tem gente que lida assim com isso. Mas eu gosto de moda porque vejo as roupas como uma expressão de sentimentos, de personalidade, de humor. Vejo também como um exercício de observação externa e interna, de auto conhecimento, de saber quem você é e como valorizar seus pontos fortes. Moda, pra mim, é ser quem você, sem culpa, é, e conseguir mostrar isso através do que veste. E é sobre essa moda que quero falar aqui, sem compromisso com tendências, apenas com o bem-estar e a auto-estima.